25 de mar. de 2013

Entrevista com o Governador Anastasia


"Dilma age de forma republicana, diz Anastasia"

Por Marcos de Moura e Souza | De Belo Horizonte/ Valor Economico
Anastasia fala sobre o relacionamento de seu governo em Minas com o da presidente Dilma Rousseff: "É muito bom, republicano, de muito respeito".

Enquanto o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tenta firmar-se como pré-candidato à Presidência da República fazendo sucessivas críticas ao governo de Dilma Rousseff, o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, também do PSDB, não quer briga. Ao contrário. Diz estar otimista com as medidas que o governo do PT tem tomado para estimular a economia, elogia o comportamento republicano - segundo avalia - de Dilma com os Estados, sendo eles ou não governados pela oposição, e vê maior disposição da presidente do que de seus antecessores para lidar com as insatisfações de Estados e municípios com a questão da federação. Em alguns momentos, suas avaliações e sua cautela parecem caber na boca de um aliado do governo.

Em entrevista ao Valor, Anastasia - que foi vice de Aécio no governo de Minas e assumiu o posto em 2010 - defendeu nas eleições daquele ano que o senador fosse o candidato do partido. José Serra acabou ficando com a indicação. Agora, ele acredita que para que Aécio tenha sucesso na provável disputa com Dilma em 2014, o tom da campanha deva ser menos o do confronto e mais o das propostas.

"Tem que ser uma campanha nos moldes do ex-presidente Juscelino Kubitschek, uma campanha para cima, uma campanha propositiva, pró-ativa, do desenvolvimento, da geração de empregos de mais qualidade. Acho que isso tudo será levantado."

Aécio tem feito várias críticas à condução econômica do governo Dilma. Em um discurso recente no Senado, listou o que considerou ser os 13 fracassos da gestão petista. O que apontou de incapacidade para fazer o Brasil crescer a um ritmo mais acelerado, foi um deles. No ano passado, a economia avançou apenas 0,9%.

Mas Anastasia suaviza. E diz reconhecer os esforços do governo para estimular o crescimento da economia. "Quanto à política econômica, eu acho que o governo federal tem buscado fazer aquilo que considera o mais adequado, tem feito um esforço. Os resultados, por ora, não têm aparecido, dizem que surgirão este ano. Estou muito esperançoso, sou muito otimista que esses resultados venham surgir", disse ele em seu gabinete no Palácio Tiradentes, sede do governo mineiro.

Com base nas conversas com grandes empresários e de pessoas que o cercam, Anastasia diz o desempenho da economia nestes primeiros meses do ano indica mesmo para uma retomada. "Acho que vamos ter um crescimento melhor. Mas ainda é difícil precisar se vai ser 3%, 3,5% ou 4%."

Minas Gerais, segundo dados preliminares da Fundação João Pinheiro, do governo do Estado, cresceu 2,3% em 2012. O setor agropecuário puxou o avanço, com um crescimento de 4,4%. A indústria de transformação cresceu apenas 0,7% enquanto a indústria de extração mineral - carro-chefe da economia de Minas Gerais - encolheu 0,3%. Anastasia aposta que com a recuperação do preço do minério de ferro (atualmente na casa dos US$ 140 a tonelada), o setor mineral recupera o fôlego este ano.

O que ajudou o crescimento de Minas no ano passado foram as desonerações concedidas a setores da economia pelo governo federal. Governadores e prefeitos geralmente torcem o nariz para essas medidas, porque quando o governo reduz IPI, por exemplo, diminui também a base de recursos dos fundos de transferência que Estados e municípios recebem.

"Num Estado industrializado e com grande mercado consumidor, como é o caso de Minas Gerais, essas medidas acabam tendo um impacto [positivo] maior. E como nós dependemos menos do FPE do que os Estados do Norte e Nordeste, eu acredito que o movimento econômico [advindo do estímulo] pode ter dado certa compensação na perda que tivemos no ano passado - que foi expressiva, de cerca de R$ 200 milhões do FPE."

[A campanha do Aécio] Tem que ser uma campanha nos moldes do ex-presidente Juscelino Kubitschek"

Formado em Direito e ex-professor da área, Anastasia tem sido um dos porta-vozes mais ativos da defesa de que no Brasil se institua um novo pacto federativo entre União, Estados e municípios. Dias atrás esteve em Brasília numa comitiva de governadores para apresentar quatro propostas. A primeira, que o Congresso não crie novas obrigações para Estados sem identificar receita para tal; a segunda, a inclusão de contribuições que a União recebe na base de cálculo do Fundo de Participação dos Estados, hoje composto por uma parcela do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Outra proposta é a redução em um terço no percentual que Estados retiram hoje de sua receita corrente líquida para pagar encargos da dívida com a União. Minas pagará este ano R$ 5 bilhões em encargos da dívida. A última, o fim da incidência do Pasep sobre os Estados - que os obriga a pagar 1% de tudo o que arrecadam para a União. Os governadores não calcularam o impacto que as propostas teriam no caixa da União.

Anastasia elogia a forma como o governo Dilma tem conduzido o tema. "O governo federal sabiamente, corretamente, percebeu também a importância disso e tem tomado algumas medidas importantes." Para ele, a atual gestão "tem dado relevância para o tema federativo, mais do que no passado recente. A liderança do governo no Congresso tem feito isso. Há esse ambiente, há uma predisposição."

O governador classifica o relacionamento de seu governo em Minas com o governo Dilma como "muito bom, republicano, de muito respeito". "Acho que o Estado tem recebido uma boa atenção, temos recebido investimentos do governo federal importantes", admite Anastasia.

"Claro que achamos que merecemos. Algumas obras que são de responsabilidade do governo federal, acreditamos que a realização delas está lenta, a mais emblemática é a BR 381; a questão do aeroporto [internacional Tancredo Neves, em Confins] agora melhorou com o anúncio da concessão. De modo geral, não há qualquer tipo de discriminação. Agora, sempre gostaríamos de mais."

Defensor eloquente da candidatura de Aécio, Anastasia diz que vem conversando com outros governadores tucanos sobre a pré-campanha do senador. Desconversa, porém, quando perguntado o que os tucanos mineiros precisam fazer para limar as resistências do ninho central dos tucanos, em São Paulo.

"Não há resistência", diz com um riso. "O PSDB é um partido nacional. O PSDB, que governou o Brasil durante tantos anos, com boa proposta ideológica, é um partido nacional que não é de Minas, não é de São Paulo, do Ceará ou do Rio Grande do Sul. É um partido de todos os Estados. A seção de São Paulo é fundamental, Estado mais populoso, onde o PSDB governa há 20 anos, o núcleo original do partido é de São Paulo, lideranças relevantes como o governador Serra, governador Geraldo Alckmin, presidente Fernando Henrique [Cardoso] são de São Paulo, mas os outros Estados também têm seus quadros. Tenho a impressão de que o partido para ter um projeto de poder tem que ter sempre uma concepção nacional e o PSDB a tem."

"O PSDB é oposição ao governo federal, mas a oposição não se faz na via administrativa, mas sim na via parlamentar"

E com relação à campanha em si de Aécio? O que, na opinião de Anastasia, o senador terá a oferecer aos eleitores para derrotar Dilma nas urnas? Dilma, que tem índices recorde de aprovação, cuja imagem parece beneficiada pelo desemprego em baixa, renda em elevação, crédito e por medidas que ainda podem surtir efeito, como a redução na conta da luz e a desoneração da cesta básica.

"Acho que ainda está um pouco cedo para definir o conteúdo", diz. "A partir do momento que essa candidatura começar a se consolidar, Aécio vai ter de levantar uma série de assuntos que vão compor sua plataforma. Alguns assuntos talvez não sejam populares, mas são importantes, como assuntos relativos a métodos de governança, a questão federativa, assuntos de mais fundo institucional. E políticas públicas de alcance mais popular. Isso vai ser identificado."

Numa campanha presidencial, a questão do conteúdo é importante, afirma Anastasia, mas pesa muito também a ideia de renovação das esperanças que alguns candidatos trazem. "O Aécio tem um background muito bom, tem um grande patrimônio político a mostrar."

O governador tucano indica que não quer misturar sua gestão com a pré-campanha de Aécio à Presidência. E diz que tampouco sente por parte do governo Dilma um tratamento que seja manchado pelas diferenças partidárias. Lembra que em 2010, os governadores tucanos se reuniram em Maceió e acertaram a fórmula de se relacionar com Dilma. "O PSDB é oposição ao governo federal, mas a oposição não se faz na via administrativa, mas sim na via parlamentar. Então, os governadores não estão em oposição ao governo federal, nem o governo federal está em oposição aos governos estaduais."

Sobre seu futuro na política, Anastasia o vincula aos passos de Aécio. Ele que não poderá se candidatar a mais um mandato em Minas. E o caminho que parece mais natural e o mais especulado entre aliados e analistas é que ele se candidate ao Senado no ano que vem. Se ele quer ser senador?

Anastasia não responde. Diz que a eleição em Minas ficará muito condicionada à candidatura de Aécio, às suas composições, ao arco de alianças que ele vai montar e aos seus desdobramentos. Será preciso aguardar a definição desse quadro para que o seu caminho se defina. O mesmo vale para o nome que o PSDB apoiará para o governo de Minas.

Há vários nomes sendo mencionados por tucanos mineiros. O do vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), o do secretário-geral do PSDB, o deputado federal Rodrigo de Castro, o do presidente do PSDB de Minas, o deputado federal Marcus Pestana são os mais citados. E há o prefeito de Belo Horizonte reeleito no ano passado, Marcio Lacerda (PSB).

Mas Lacerda ainda estaria na lista de opções do PSDB apesar dos movimentos de Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, que indicam que será candidato a Presidência? Ou seja, o PSDB mineiro teria como apoiar um candidato que seria de um partido adversário de Aécio nas eleições presidenciais? Anastasia dá a entender que Lacerda continua como opção.

O candidato do PT tende a ser o ministro de Desenvolvimento, Fernando Pimentel. "O prefeito Marcio Lacerda é um quadro excepcional. Faz uma excelente administração na prefeitura. É um grande aliado político nosso, desde o primeiro mandato, especialmente agora no segundo mandato [quando o PT já não faz mais parte da aliança que o apoia]. Eu tenho uma relação pessoal com ele, a família é extraordinária", afirma.

Lacerda diz há tempos que quer continuar na prefeitura - embora nunca tenha sido peremptório nessa afirmação. Anastasia recomenda: "No quadro político a gente não pode descartar. Quem imaginou que eu seria governador do Estado três anos antes da eleição a governador? Ninguém

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22 de mar. de 2013

The Economist : "Minas é o estado mais bem gerido do país"



Para 'Economist', Aécio terá que lutar para passar sua mensagem em 20

A gestão de Aécio Neves (PSDB) no governo de Minas Gerais e seu discurso oposicionista para a eleição de 2014 são destaques de reportagem publicada na edição desta semana da revista britânica "The Economist".

Em texto com o título de "o remédio de Minas", a publicação relata a experiência do mineiro ao recuperar as contas do Estado e analisa as dificuldades dos tucanos em ganhar votos com o discurso do chamado "choque de gestão".

"O governo do Estado tinha 21 secretarias que foram fundidas em 15 (desde então se arrastaram de volta até 19). Neves fez um corte de 45% na folha salarial, limitando o salário do setor público e deixando 3.000 postos de trabalho não preenchidos", conta a reportagem.

A revista lembra que, com essa gestão, Aécio ganhou um segundo mandato como governador e depois conseguiu eleger o aliado Antonio Anastasia.

É citado ainda uma pesquisa da consultoria Macroplan que coloca Minas como o Estado mais bem gerido do país

Folha de São Paulo

8 de mar. de 2013

Aécio comemora liderança de Minas na educação pública



Brasília – O senador Aécio Neves (PSDB-MG) apontou, nesta quinta-feira (07/03), a qualidade dos servidores e da gestão em Minas como as razões para os resultados obtidos pelos estudantes mineiros em relatório da ONG Todos Pela Educação. A organização avaliou o conhecimento de matemática dos alunos do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio. Os resultados da educação pública mineira foram os melhores do país em todas as faixas analisadas.

“Esse registro é também homenagem aos docentes e àqueles que militam na educação em Minas. Nas séries pesquisadas, Minas repete o que já havia acontecido no Ideb, quando também lideramos a avaliação média do ensino fundamental. Esses dados apontam para os caminhos que podem ser perseguidos. Com a gestão eficiente, com a valorização dos docentes, com o estabelecimento de metas, os resultados são esses que hoje anunciamos ao Brasil”, afirmou o senador Aécio.

A ONG Todos Pela Educação monitora metas e resultados de escolas públicas e privadas no país desde 2008. No 5º ano do Ensino Fundamental, Minas registrou 49,7% dos alunos com bom desempenho em matemática – índice superior à meta estabelecida de 35,4% e ao resultado nacional de 32,4%. No 9º ano, o estado obteve 21,9%, o melhor desempenho entre todos os estados e quase o dobro dos 11,7% da média nacional. No 3º ano do Ensino Médio, Minas Gerais obteve o melhor índice no país com 9,7%. O Brasil registrou 5,2%.

Minas Gerais apresenta melhoria de indicadores sociais desde 2003, quando foi implementado pelo então governador Aécio Neves, o Choque de Gestão, e passou a gastar menos com o Estado para investir mais na qualidade dos serviços oferecidos à população.

Baixo desempenho

Aécio Neves lamentou que em, 10 anos, o governo do PT não tenha conseguido dar qualidade à educação no país. A média nacional das escolas públicas ficou abaixo das metas estipuladas em todas as séries pesquisadas.

O aprendizado de matemática no ensino médio chegou a piorar entre 2011 e 2012. A média dos alunos caiu de 5,8% para 5,2%. No 9º ano do ensino fundamental, o Brasil registrou 11,7%, menos da metade da meta traçada de 25,4%. No 5º ano do Ensino Fundamental, o Brasil também ficou abaixo da meta. A média foi de 32,4%, enquanto a meta era de 36,3%.

“Dados da organização mostram infelizmente que, em níveis gerais, o Brasil continua muito distante das metas estabelecidas para esse ano, que regrediram inclusive em relação a metas alcançadas ano passado”, disse o senador Aécio Neves.

Leia, abaixo, a declaração na íntegra.

“Hoje, alguns dos principais jornais nacionais divulgam dados da organização não governamental Todos Pela Educação, que monitora o desempenho e a qualidade da educação brasileira, em especial no que diz respeito à matemática. Infelizmente, em níveis gerais, o Brasil continua muito distante das metas estabelecidas para esse ano, que regrediram, inclusive, em relação a metas alcançadas ano passado.

Mas, pela minha origem mineira e pelo fato de ter governado por dois mandatos o meu estado, não posso deixar de fazer um registro que é também de homenagem a todos os docentes e àqueles que militam na educação em Minas Gerais. Foi o nosso estado que alcançou os melhores indicadores, tanto no ensino fundamental, quanto no ensino médio.

Nas séries pesquisadas, no 5º e no 9º ano do ensino fundamental e no 3º ano do ensino médio, Minas repete aquilo que já havia acontecido quando do Ideb, onde também lideramos na avaliação média do ensino fundamental. Apesar, repito, dos graves números que nos colocam ainda em uma distância muito grande de patamares razoáveis de um país que queira crescer e superar efetivamente a pobreza e a miséria, esses dados apontam para os caminhos que podem ser perseguidos. Com a gestão eficiente, com a valorização dos docentes, com o estabelecimento de metas, os resultados são esses que hoje anunciamos ao Brasil”.

PSDM-MG

7 de mar. de 2013

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