3 de jan. de 2011

Uma entrevista com o Governador Antonio Anastasia

Entrevista do governador Antonio Anastasia

Governador, chegou o dia.
Chegou o dia, com muita alegria e satisfação. Depois de uma vitória eleitoral muito bela, agradeço mais uma vez a confiança dos mineiros na nossa eleição, minha, juntamente com Alberto Pinto Coelho. E nesse momento, estamos na cerimônia de posse para o segundo mandato como governador de Minas Gerais e dar, naturalmente, agora, com mais empenho ainda, a execução dos programas e projetos que apresentamos no curso da campanha. É hora, portanto, de muito trabalho.


Os principais desafios nesse novo mandato, governador?Vamos ter um desafio muito importante, que é a geração de empregos. Durante toda a campanha, mostramos que essa será a nossa maior obsessão. Nosso governo foi concebido e montado para isso, para termos em Minas cada vez mais empregos de qualidade. E é claro que, com empregos de qualidade, as demais políticas públicas também terão um grande reforço, especialmente a educação, segurança e saúde. E vamos continuar trabalhando para que as políticas sociais, que em Minas tiveram avanço tão grande, se tornem, mais uma vez, uma referência no Brasil.

Vamos ter uma nova versão do Choque de Gestão, governador, ou é um aprimoramento daquele?Estamos em um processo. O Choque de Gestão aconteceu no primeiro mandato do governador Aécio Neves. Para colocar as contas do Estado em equilíbrio, para apresentar um novo modo de governo. No segundo mandato, o programa Estado Para Resultados foi um programa muito inovador, copiado por diversos estados, para apresentar resultados objetivos à população. E a população mineira gostou e aplaudiu esse dois movimentos. E, agora, nesta terceira etapa, vamos para a gestão para a cidadania. O que significa? Significa uma preocupação cada vez maior com o mineiro, com o cidadão, para que as políticas públicas possam chegar em todas as regiões mineiras, e possamos caminhar para diminuir as desigualdade que temos, ainda, em Minas Gerais.


Agora que o senhor já viveu a situação parecida, concorda com Tancredo Neves? Montar secretariado é mais difícil que ganhar eleição?Não. Acho que ganhar eleição é mais difícil. Mas o secretariado está montado de maneira muito competente, por mim, por Alberto, pelos partidos políticos, com o critério de competência, que é o mais importante. Temos os partidos políticos, temos técnicos de altíssima qualificação e tenho certeza que temos uma equipe, o mais importante, harmônica, integrada e preparada para, juntamente conosco, governarmos Minas Gerais.


Governador, o senhor já teve, em outra ocasião, uma cena de solenidade como essa, mas como vice. Como que é, agora, ser como governador do Estado?Na realidade, tomei posse como governador há nove meses. Mas, agora, eleito governador, não há dúvida que, primeiro, é uma grande emoção. Especialmente para mim, que sou servidor público de carreira do Estado, dediquei quase trinta anos da minha vida profissional, toda ela, ao Estado de Minas Gerais. Então, fico muito honrado com a confiança que recebi dos mineiros, juntamente com o vice-governador Alberto Pinto Coelho, para governarmos Minas Gerais, mantendo a esperança do mineiro firme e, mais do que tudo, a auto-estima. Que nós adoramos tanto esse nosso estado.


Sobre a relação do Governo de Minas com a presidente Dilma Rousseff.
A relação será a melhor possível. A presidente Dilma é mineira, certamente, fará um bom governo, terá muito respeito, tenho certeza, pela federação brasileira. O fato de sermos governadores da oposição, e somos muitos, isso não significará, naturalmente, qualquer tipo de modificação da relação administrativa entre o Governo Federal e os governos estaduais, aliás, como aconteceu com o presidente Lula e o governador Aécio e os demais governadores de oposição a ele.

E com o poder legislativo?
Uma relação de muito respeito. Eu acredito que a presença do próprio vice-governador, deputado Alberto, é a comprovação desse respeito. Alberto foi deputado por diversos mandatos, líder do Governo, presidente dessa Casa nos últimos quatro anos, recebeu o aplauso de todos os seus companheiros independente do partido, isso por si só já demonstra o respeito que eu tenho pelo Poder Legislativo. Será, portanto, uma relação de independência, de autonomia, mas todos voltados para o mesmo objetivo, que é o bem comum de Minas.

Governador, uma das exigências nessa primeira reunião com o secretariado, o que o senhor já vai exigir dos novos secretários nesse ano de 2011?
Bem, na realidade, nós vamos exigir não só para 2011, mas para os próximos anos muito trabalho, compromisso, dedicação, ética, responsabilidade, empreendedorismo, porque a equipe tem todas as condições de responder aos anseios dos mineiros e nós vamos cobrar de modo muito especial e acompanhar de modo muito efetivo o cumprimento das metas de governo, que estão no Plano de Governo que apresentamos aos mineiros na eleição de outubro.

Governador, os prefeitos de outros partidos, por exemplo, do PMDB , do interior, como será agora, a cobrança deles para o governador?
Na realidade, a nossa relação com os prefeitos, independente do partido, é muito boa, tem sido assim ao longo dos últimos anos, foi assim com o governador Aécio, foi assim nos últimos meses. Nós não distinguimos partidos políticos em relação aos prefeitos. Isso, inclusive, é reconhecido pelos próprios prefeitos de todos os partidos.

Um assunto que foi muito destacado na campanha eleitoral em todos os debates, governador, a relação das mineradoras com o que pagam de imposto em Minas Gerais . No que toca ao Governo do Estado, o que o senhor pode fazer? Está na cabeça do senhor mexer na alíquota do imposto de mineradoras?
Na realidade, nós precisamos fazer uma modificação, que é verdade, que as empresas mineradoras tem um papel muito importante na economia mineira, mas nós precisamos modificar a política tributário  dos minérios em  Minas Gerais. Mas isso depende fundamentalmente de uma ampla reforma tributária nacional, porque o tributo que incide sobre a atividade mineral é o chamado royalties, é uma contribuição e essa contribuição é da competência do Governo Federal.
Então, nós precisamos nos esforçar para que haja essa modificação para a semelhança dos royalties do petróleo, nós tenhamos em Minas, como também no Pará, outro estado muito produtor, uma melhor retribuição dessas empresas daquilo que elas retiram em Minas Gerais. Da mesma forma a questão da Lei Kandir, que é o ICMS da exportação de minério que também é uma lei federal, que nós vamos lutar de maneira muito efetiva para termos uma melhoria para o Tesouro de Minas Gerais e é claro, que para reverter esses valores a favor das nossas políticas públicas.       

Governador, o senhor tem atendido o estado bem de modo geral. No quesito saúde, o senhor criou em Uberlândia o hospital modelo, mas para a região é preciso de mais investimento. O senhor pretende fazer isso nesses próximos quatro anos, principalmente no quesito saúde, com hospitais para aquela região?
A questão da construção de hospitais é permanente. Sabemos que a saúde pública, ao longo dos últimos anos do Governo Aécio Neves, foi muito descentralizada, o que é importante na saúde. O hospital em Uberlândia é um exemplo disso. Estamos construindo hospitais, como este, em Sete Lagoas, em Divinópolis, em Uberaba, em Juiz de Fora e vamos continua em todas as regiões de Minas Gerais. Agora, é claro que construir hospitais não basta, temos que continuar com atenção básica à saúde, temos que continuar com atenção aos hospitais intermediários, o programa de Saúde Família, a questão dos medicamentos, ou seja, todo um complexo de atividades que respondem a uma política de saúde que é muito reconhecida no Brasil.

Governador, foi de propósito que essa posse foi marcada no mesmo horário da posse da presidente Dilma?
Não. A posse nossa foi marcada muita antes para permitir, em especial, que os prefeitos das cidades mineiras, que é um Estado muito grande, pudessem estar aqui à tarde. Porque do contrário, se fosse pela manhã, teríamos dificuldade na presença deles. Mas já foi marcada essa data, antes mesmo da eleição da presidenta, que foi no segundo turno enquanto a minha foi em primeiro turno.

 O que pesou na escolha do líder do senhor aqui na Assembleia, o deputado Luiz Humberto?
O deputado Luiz Humberto é um dos deputados mais experimentados e competentes que temos na Assembleia Legislativa. Ele certamente representa uma linhagem política muito reconhecida e aplaudida pelos seus pares, ele tem muita competência, tem um articulação política muito forte e, naturalmente, nas conversas que tivemos com o vice-governador Alberto, o nome do deputado Luiz Humberto veio naturalmente como aquele que deveria suceder o deputado Mauri (Torres) que tem um outro caminho pela frente para ser o líder do Governo. Tenho certeza que Luiz Humberto será um grande líder, como, aliás, foi no passado do deputado Alberto e é agora o deputado Mauri Torres.

O senhor trocou o técnico por um político na Defesa Social que, digamos, é uma pasta estratégica hoje. A ordem é continuar a integração?
A integração é a pedra fundamental da política de segurança pública em Minas, aliás, reconhecida hoje no Brasil como a melhor pelos especialistas do Ministério da Justiça. A integração continuará. O deputado Lafayette Andrada é extremamente competente, conhecedor profundo dos assuntos de segurança pública. Não só pela sua formação profissional, mas pelos seus estudos. Tenho certeza que será um excelente secretário, dando continuidade àquilo que fizemos no primeiro mandato e agora ao secretário Maurício e ao secretário Moacir.